segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A INVEJA


A INVEJA

Antonio de Camargo Neto

A inveja, uma das emoções mais primitivas, é um dos sete pecados capitais citados na Bíblia. A gula, a cobiça, a luxúria, a vaidade, a preguiça e a ira são os demais pecados que, infelizmente, fazem parte do nosso dia-a-dia.

       A inveja geralmente é negada por quem a possui. Trata-se de um sentimento que mistura raiva e tristeza e a sua origem está no mecanismo da comparação.
          O invejoso sente raiva daquele que possui aquilo que lhe falta e, ao mesmo tempo, sente tristeza pelo fato do bem ter sido conquistado pelo outro, e não por ele.
O invejoso costuma se alegrar com o mal do outro e, por isso, faz o que pode para subestimá-lo, criticá-lo e mesmo ridicularizá-lo. Podemos perceber isso nas conversas informais, o quanto incomoda algumas pessoas quando contamos algo de bom que nos aconteceu. No lugar de participar da nossa alegria o invejoso nos interrompe para contar algo que considera mais importante e mais grandioso que o nosso ou, simplesmente, muda de assunto.
O invejoso se interessa muito quando começamos a contar uma tragédia. Os altos índices de audiência dos programas de televisão sobre a desgraça alheia confirmam esse interesse.
A inveja é um sentimento de inferioridade, fruto da comparação que fazemos entre nós e o outro em algum bem específico: posses materiais na casa, no carro, na roupa, no banco e até mesmo nas qualidades psicológicas, morais, físicas, sociais ou espirituais.
Quando o invejoso se sente menor que o outro ele se vangloria, se enaltece, se aumenta para evitar o mal estar do desequilíbrio. Fala muito bem de suas próprias coisas e, ao mesmo tempo, procura diminuir o outro através da crítica.
Quando criticamos alguém, quando diminuímos, ofendemos; quando temos necessidade de falar mal de alguém, provavelmente estamos nos sentindo inferiores a ele. Quando somos tomados pelo sentimento de inveja somos incapazes de ver a luz dos outros, a alegria, o brilho, a luminosidade de alguém, seja em que aspecto for, porque na verdade somos incapazes de ver a nossa própria luz.
O invejoso é incapaz de acreditar no seu potencial de vencer, de conquistar, de ter sucesso. E, quando vencem, querem ser o primeiro, o melhor, o absoluto, senão a vitória não tem valor algum e, muito menos, sabor de conquista.
Devemos ter compaixão dessas pessoas porque a dor da inveja é muito forte e a única vítima desse sentimento negativo, condenado por Deus, é o próprio invejoso que vai se consumindo e sofrendo com esse sentimento de inferioridade.




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